Em minha viagem à Bolívia, que se encerra hoje, ainda nao encontrei o "til" destes teclados hispânicos, mas pude colher algumas constataçoes sobre o cinema e o audiovisual daqui:
- Há poucas salas de cinema que se concentram nas grandes cidades, como La Paz e Santa Cruz. O valor do ingresso varia de seis à oito Pesos Bolivianos, o que equivale a dois ou três reais;
- Os filmes que estao sendo exibidos atualmente sao todos, sem qualquer exceçao, norteamericanos;
- Nao há locadoras de filmes (pelo menos nao encontrei nenhuma), porém, há várias lojas vendendo abertamente DVD´s piratas (uma brasileira que vive há dois anos em Santa Cruz me disse que nunca viu por aqui uma cópia sequer de um DVD original);
- Nos ônibus que cruzam o país é mais fácil encontrar televisao do que banheiro ou luz para leitura. Os filmes exibidos nos ônibus sao sempre cópias piratas de enlatados, como Karatê Kid II ou O Atirador;
- A produçao cinematográfica na Bolívia é incipiente. Atualmente eles comemoram a simultaneidade de cinco produçoes no país, sendo que duas delas sao em verdade produçoes estrangeiras que estao aproveitando as paisagens deslumbrantes, a solicitude do povo boliviano e a moeda fraca. (Há dois anos, Carla Camuratti rodou um longa em Copacabana, uma cidade que fica no Lago Titicaca);
- Na TV boliviana atualmente estao exibindo Cobras e Lagartos e muitas revistas daqui apresentam na capa atrizes da Globo;
- A única referência ao cinema brasileiro que encontrei aqui na Bolívia foi no Trem da Morte, quando um garoto boliviano passou pelo meu vagao cantando o Rap das Armas, música trilha de Tropa de Elite (nada mais natural que o filme mais pirateado da história do cinema brasileiro esteja nas paradas de sucesso bolivianas).
Agora rumo ao Peru,
Hasta Luego, amigos.
Terence Keller
Copacabana, 11:37hs, 15ºC
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2 comentários:
Hola Terence y Julia, que pena que ja estao partindo da Bolivia... Devia ter passado pra vcs o contato de um guri que trabalha com cinema, o Roger
(ikonoscopio@hotmail.com), que podia falar um pouco sobre cine boliviano pra vcs. Ele mora em Santa Cruz, acho.
Aproveitem a onda de pirataria e tentem trazer uma copia do longa "American visa" (2005), de Juan Carlos Valdivia. Sei que isso eh feio, mas pelo menos conseguimos divulgar aqui o cinema dos caras :D
No Peru, tentem ver "Ciudad de M", "Paloma de Papel" e "Y si te ví, No Me Acuerdo", essa uma co-produçao com Alemanha.
Suerte e un abrazo,
mari sanchez
Olá Mari,
Pena nao termos conversado antes.
Agora estou em Arequipa, e a pirataria aqui nao é tao ostensiva como na Bolívia. Mas vou especular sobre o filme do Valdivia...
Gracias por las sugestiones...
Besos,
T.K.
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