15.1.08

Na Bolívia é diferente, hermano

Em minha viagem à Bolívia, que se encerra hoje, ainda nao encontrei o "til" destes teclados hispânicos, mas pude colher algumas constataçoes sobre o cinema e o audiovisual daqui:

- Há poucas salas de cinema que se concentram nas grandes cidades, como La Paz e Santa Cruz. O valor do ingresso varia de seis à oito Pesos Bolivianos, o que equivale a dois ou três reais;

- Os filmes que estao sendo exibidos atualmente sao todos, sem qualquer exceçao, norteamericanos;

- Nao há locadoras de filmes (pelo menos nao encontrei nenhuma), porém, há várias lojas vendendo abertamente DVD´s piratas (uma brasileira que vive há dois anos em Santa Cruz me disse que nunca viu por aqui uma cópia sequer de um DVD original);

- Nos ônibus que cruzam o país é mais fácil encontrar televisao do que banheiro ou luz para leitura. Os filmes exibidos nos ônibus sao sempre cópias piratas de enlatados, como Karatê Kid II ou O Atirador;

- A produçao cinematográfica na Bolívia é incipiente. Atualmente eles comemoram a simultaneidade de cinco produçoes no país, sendo que duas delas sao em verdade produçoes estrangeiras que estao aproveitando as paisagens deslumbrantes, a solicitude do povo boliviano e a moeda fraca. (Há dois anos, Carla Camuratti rodou um longa em Copacabana, uma cidade que fica no Lago Titicaca);

- Na TV boliviana atualmente estao exibindo Cobras e Lagartos e muitas revistas daqui apresentam na capa atrizes da Globo;

- A única referência ao cinema brasileiro que encontrei aqui na Bolívia foi no Trem da Morte, quando um garoto boliviano passou pelo meu vagao cantando o Rap das Armas, música trilha de Tropa de Elite (nada mais natural que o filme mais pirateado da história do cinema brasileiro esteja nas paradas de sucesso bolivianas).

Agora rumo ao Peru,

Hasta Luego, amigos.

Terence Keller
Copacabana, 11:37hs, 15ºC

2 comentários:

Mariana Sanchez disse...

Hola Terence y Julia, que pena que ja estao partindo da Bolivia... Devia ter passado pra vcs o contato de um guri que trabalha com cinema, o Roger
(ikonoscopio@hotmail.com), que podia falar um pouco sobre cine boliviano pra vcs. Ele mora em Santa Cruz, acho.

Aproveitem a onda de pirataria e tentem trazer uma copia do longa "American visa" (2005), de Juan Carlos Valdivia. Sei que isso eh feio, mas pelo menos conseguimos divulgar aqui o cinema dos caras :D

No Peru, tentem ver "Ciudad de M", "Paloma de Papel" e "Y si te ví, No Me Acuerdo", essa uma co-produçao com Alemanha.

Suerte e un abrazo,
mari sanchez

Anônimo disse...

Olá Mari,
Pena nao termos conversado antes.
Agora estou em Arequipa, e a pirataria aqui nao é tao ostensiva como na Bolívia. Mas vou especular sobre o filme do Valdivia...
Gracias por las sugestiones...
Besos,
T.K.